"Violenta, autoritária, elitista e medíocre. Essa é a sociedade desigual."
Com inovadora abordagem, o economista e professor Mário Theodoro demonstra a centralidade da questão racial na construção e desenvolvimento da sociedade brasileira, explicando de que modo o racismo funcionou e segue funcionando como motor e elemento organizador da desigualdade no Brasil.
Em suas diversas formas e manifestações, a violência opera como avalista da manutenção das desigualdades, na relação complementar entre a ação da polícia e da Justiça, nas condições de moradia, transporte público, sistemas de saúde e de educação e na precarização do trabalho. Em cada uma delas, o elemento racial é o fator explicativo, e esse conjunto de violências sustenta e preserva a sociedade desigual, impedindo mudanças estruturais significativas.
Mário Theodoro aponta também a incapacidade dos estudiosos e das principais teorias econômicas de produzir até hoje um modelo de estudo que leve em conta — em um país de maioria negra — a preponderância do racismo na desigualdade da sociedade brasileira, e, como escreve o autor, "o racismo mata, prende, exclui, limita, enlouquece". Para ele, a grande força de transformação virá justamente do segmento mais afetado pela desigualdade: a população negra.
MÁRIO THEODORO é economista. Graduou-se na UnB, tem mestrado em Economia pela UFPE e doutorado em Ciências Econômicas pela Université Paris I – Sorbonne. É consultor legislativo aposentado do Senado Federal. Foi secretário-executivo da Seppir e diretor de Estudos Internacionais do Ipea. Foi também professor associado em Política Social e Sociologia da UnB, onde atualmente é professor visitante no Programa de Direitos Humanos e Cidadania.